Campo de Arroz

sábado, 19 janeiro, 2013

Microeconomia – Elasticidade preço da demanda constante

Filed under: Economia, Equações diferenciais, Microeconomia — Campo de Arroz @ 18:31

A elasticidade preço da demanda é um conceito importante ao estudar a teoria do consumidor. Ela é definida por: em que Q representa a quantidade de um bem e P o preço (ou seja, as variáveis que são confrontadas em … Continue lendo →

quinta-feira, 30 julho, 2009

Difusão numa matriz monolítica – Droga dissolvida em carreador polimérico

Uma matriz monolítica é a forma mais simples e mais barata de controlar a liberação de fármacos. Para fabricá-la, um polímero ou outro material é homogeneamente distribuído com a droga por mistura da droga com o material polimérico. Os interstícios controlam a liberação da droga. O grau do controle da difusão da droga pela matriz é determinado pelas propriedades do polímero e do fármaco.

Ou a droga está totalmente dissolvida no polímero ou dispersa como partículas sólidas na matriz. A última condição prevalece quando a concentração da droga é muito maior que sua solubilidade no polímero. A cinética de liberação nestes dois estados é diferente.

Aqui será descrita a liberação para o caso da droga dissolvida na matriz. Quando a matriz entra em contato com o solvente, a droga começa a se difundir para fora dos interstícios da estrutura polimérica. A expressão matemática que rege a difusão pela matriz é uma equação diferencial parcial, a segunda lei de Fick:

\displaystyle\frac{\partial C}{\partial t}=D\nabla^{2}C

Iremos analisar uma situação em que a matriz polimérica seja esférica. Em coordenadas esféricas, esta expressão é modificada para:

\displaystyle\frac{\partial C}{\partial t}=\frac{1}{r^{2}}\left\{\frac{\partial}{\partial r}\left(Dr^{2}\frac{\partial C}{\partial r}\right)+\frac{1}{sen\theta}\frac{\partial}{\partial \theta}\left(Dsen\theta\frac{\partial C}{\partial \theta}\right)+\frac{D}{sen^{2}\theta}\frac{\partial^{2}C}{\partial\phi^{2}}\right\}

Considerado a difusão como radial, a equação se reduz a:

\displaystyle\frac{\partial C}{\partial t}=\frac{D}{r^{2}}\left\{\frac{\partial}{\partial r}\left(r^{2}\frac{\partial C}{\partial r}\right)\right\}=D\left\{\frac{\partial^{2} C}{\partial r^{2}}+\frac{2}{r}\frac{\partial C}{\partial r}\right\} (1)

onde D é o coeficiente de difusão, C é a concentração da droga e r é a distância do centro da esfera.

Podemos então determinar as condições iniciais e de fronteira. Ao colocar a forma farmacêutica em contato com a água, a concentração da droga na superfície da esfera é zero, enquanto que a concentração dentro da esfera é única para todos os pontos. Se a esfera tem raio a, segue que:

C(a,t)=0, t>0 (2)

C(r,0)=C_{0}, 0\le r < a (3)

Podemos resolver este problema por separação de variáveis. Podemos primeiro fazer uma substituição que facilitará a resolução:

u=Cr (4)

Perceba que:

\displaystyle\frac{\partial u}{\partial t} = r\frac{\partial C}{\partial t}

Isolando \partial C/\partial t,

\displaystyle\frac{\partial C}{\partial t}=\frac{1}{r}\frac{\partial u}{\partial t} (5)

Perceba também que:

\displaystyle\frac{\partial^{2} u}{\partial r^{2}} = r\frac{\partial^{2} C}{\partial r^{2}}+2\frac{\partial C}{\partial r}

Assim:

\displaystyle\frac{\partial^{2} C}{\partial r^{2}}+\frac{2}{r}\frac{\partial C}{\partial r}=\frac{1}{r}\frac{\partial^{2} u}{\partial r^{2}} (6)

Substituindo (5) em (6) em (1), assim como (2) e (3) em (4), chegamos ao PVIF (cuja EDP é análoga a conhecida equação do calor em uma dimensão):

\displaystyle\frac{\partial u}{\partial t}=D\frac{\partial^{2} u}{\partial r^{2}} (7)

u(0,t)=u(a,t)=0 , t>0 ( 8 )

u(r,0)=rC_{0}, 0<r<a (9)

Podemos resolver por separação de variáveis:

u(r,t)=A(r)B(t) (10)

Substituindo (10) em (7):

A(r)B'(t)=DA''(r)B(t)

\displaystyle\frac{B'(t)}{DB(t)}=\frac{A''(r)}{A(r)}=\sigma

Chegamos, então, a duas EDO’s com as condições determinadas por (8) e (9)

A''(r)-\sigma A(r)=0 (11)

A(0)=A(a)=0 (12)

B'(t)-\sigma DB(t)=0 (13)

Se multiplicarmos a equação (11) por A(r) e fizermos uma integração de 0 a a:

\int_{0}^{a} A''(r)A(r)dr-\sigma\int_{0}^{a} A^{2}(r)dr=0

Usando integração por partes na primeira integral:

(A'(r)A(r))|_{r=0}^{r=a}-\int_{0}^{a} A'(r)^{2}dr-\sigma\int_{0}^{a} A^{2}(r)dr=0

Chegamos a conclusão que só temos autofunções para autovalores \sigma\le 0:

\displaystyle\sigma=-\frac{\int_{0}^{a} A'(r)^{2}dr}{\int_{0}^{a} A^{2}(r)dr}

Se \sigma=0, A''(r)=0 e, pelas condições em (11), não há autofunções.

Se \sigma <0,

A(r)=K_{1}\cos(\sqrt{-\sigma}r)+K_{2}sen(\sqrt{-\sigma}r)

Pela condição A(0)=0, K_{1}=0

Pela condição A(a)=0, K_{2}sen(a\sqrt{-\sigma})=0, que só produz autofunções para:

a\sqrt{-\sigma}=n\pi

e, portanto:

\displaystyle\sigma=-\left(\frac{n\pi}{a}\right)^{2}, n=1,2,3,... (14)

\displaystyle A_{n}(r)=sen\left(\frac{n\pi r}{a}\right) (15)

Substituindo (14) em (13):

\displaystyle B'(t)+\left(\frac{n\pi}{a}\right)^{2}DB(t)=0

Logo, \displaystyle B_{n}(t)=\alpha_{n} e^{\displaystyle -\frac{n^{2}\pi^{2} D}{a^{2}} t} (16)

Através de (10), (15) e (16), e pelo princípio da superposição, chegamos à solução geral:

\displaystyle u(r,t)=\sum_{n=1}^{\infty}\alpha_{n} e^{\displaystyle-\frac{n^{2}\pi^{2} D}{a^{2}} t}sen\left(\frac{n\pi r}{a}\right) (17)

Falta agora, determinar os coeficientes \alpha_{n}. Usaremos a condição (9)

\displaystyle u(r,0)=\sum_{n=1}^{\infty}\alpha_{n} sen\left(\frac{n\pi r}{a}\right) = rC_{0}

Assim,

\displaystyle\alpha_{n}=\frac{2C_{0}}{a}\int_{0}^{a}r sen\left(\frac{n\pi r}{a}\right)dr=-\frac{2C_{0}a^{2}\cos(n\pi)}{na\pi}=-\frac{2C_{0}a(-1)^{n}}{n\pi} (18)

E, finalmente, usando (4), (17) e (18):

\displaystyle C(r,t)=-\frac{2C_{0}a}{r\pi}\sum_{n=1}^{\infty}\frac{(-1)^{n}}{n} e^{\displaystyle-\frac{n^{2}\pi^{2} D}{a^{2}} t}sen\left(\frac{n\pi r}{a}\right)

Referências:

C.-J Kim. Controlled release dosage form design. Technomic, Lancaster PA, 2000, 301 pp.

J. Crank. The mathematics of diffusion, Second Edition, Claremdon Press, Oxford, 1975.

terça-feira, 6 janeiro, 2009

Infusão Intravenosa – Um Compartimento

Filed under: Equações diferenciais, Farmacocinética — Campo de Arroz @ 17:50

http://campodearroz.com/blog/equacoes-diferenciais/infusao-intravenosa-um-compartimento

Entre as vias de administração de fármacos, temos as parenterais, que incluem: intravenosa, subcutânea e intramuscular. Soluções injetadas intravenosamente podem ser dadas em bolus (injetadas completamente de uma só vez) ou infudidas lentamente a uma taxa constante no plasma.

Usando o modelo de um compartimento, podemos representar a situação de infusão intravenosa pelo esquema abaixo:

Infusão - Um compartimento

Seguindo o princípio

  • Taxa de variação da concentração da droga no compartimento = Taxa de entrada da droga – Taxa de saída da droga

E considerando que,

  1. A droga é infudida no sangue a uma taxa constante (Taxa de ordem zero)
  2. A eliminação da droga é diretamente proporcional a concentração desta no compartimento (Taxa de eliminação de primeira ordem)

Temos que:

  • \displaystyle\frac{dC_{p}}{dt}=I-kC_{p}

Esta equação diferencial, por ser separável, pode ser resolvida por integração direta. Observe que a concentração inicial da droga no compartimento (tempo zero) é zero.

  • \displaystyle\frac{dC_{p}}{I-kC_{p}}=dt
  • \displaystyle\int_{0}^{C_{p}}\frac{dC_{p}}{I-kC_{p}} = \int_{0}^{t}dt (1)

A integral do segundo membro é trivial. Já a do primeiro membro pode ser resolvida por uma substituição simples:

  • u=I-kC_{p} (2)
  • \displaystyle\frac{d}{dC_{p}}(u)=\frac{d}{dC_{p}}(I)-\frac{d}{dC_{p}}(kC_{p})
  • \displaystyle\frac{du}{dC_{p}}=0-k
  • \displaystyle dC_{p}=-\frac{du}{k} (3)

A substituição exige a mudança do intervalo de integração:

  • C_{p}=0 \Rightarrow u=R (4)
  • C_{p}=C_{p} \Rightarrow u=I-kC_{p} (5)

Substituindo (2), (3), (4) e (5) em (1):

  • \displaystyle\int_{I}^{I-kC_{p}}\frac{-\frac{du}{k}}{u}=t-0
  • \displaystyle-\frac{1}{k}\int_{I}^{I-kC_{p}}\frac{du}{u}=t
  • \displaystyle-\frac{1}{k}ln(\frac{I-kC_{p}}{I})=t
  • ln(\frac{I-kC_{p}}{I})=-kt
  • \frac{I-kC_{p}}{I}=e^{-kt}
  • I-kC_{p}=Ie^{-kt}
  • \displaystyle C_{p}=\frac{I}{k}(1-e^{-kt}) , que representa a equação concentração plasmática x tempo para este modelo

No começo C_{p}=0 e, portanto:

  • \displaystyle\frac{dC_{p}}{dt}=I

o que indica que a função C_{p}(t) é crescente no tempo t=0. A medida que o tempo prossegue, \displaystyle\frac{dC_{p}}{dt} vai dimuindo, mas continua positiva, mostrando que a função C_{p}(t)   é crescente em todo o seu domínio. Quando t tende ao infinito, temos que a taxa de infusão se iguala a taxa de eliminação do fármaco, situação que é chamada de Estado de Equilíbrio estável (Steady State). A concentração plasmática tende a um valor denominado C_{SS}. Ele é calculado por:

\displaystyle C_{SS}=\lim_{t\to\infty}C_{p}(t)=\lim_{t\to\infty}\frac{I}{k}(1-e^{-kt})=\frac{I}{k}

sexta-feira, 26 dezembro, 2008

Administração Intravenosa em bolus – Modelo de 2 compartimentos

Filed under: Equações diferenciais, Farmacocinética, Farmacologia — Campo de Arroz @ 22:56

http://campodearroz.com/blog/equacoes-diferenciais/administracao-intravenosa-em-bolus-modelo-de-2-compartimentos

Considerações para o uso deste modelo

Modelo de 2 compartimentos:

  • A droga no sangue não se equilibra rapidamente com tecidos extravasculares;
  • Há dois compartimentos: um central e um periférico (tecidual). O central representa o sangue e tecidos com alta perfusão. O periférico representa os tecidos em que a droga se equilibra mais devagar.

Administração em bolus:

  • Droga é administrada de uma vez no compartimento central (injeção intravenosa rápida);

Eliminação e transferência entre compartimentos:

  • Tanto a eliminação quanto a transferência entre compartimentos são processos de primeira ordem

Equação Concentração x Tempo

Administração IV em bolus - 2 compartimentos

Administração IV em bolus – 2 compartimentos

A modelagem segue o seguinte princípio:
  • Taxa de variação da concentração da droga no compartimento = Taxa de entrada da droga – Taxa de saída da droga
Para o compartimento 1, assume-se que a taxa de entrada é diretamente proporcional a concentração da droga no compartimento 2, sendo k_{21} a constante de proporcionalidade.
  • Taxa de entrada da droga (1) = k_{21}C_{t}
Ainda para o compartimento 1, assume-se que a taxa de saída é diretamente proporcional a concentração da droga no compartimento 1. Entretanto, temos duas formas de saída:
  • Taxa de saída da droga (1) = k_{12}C_{p}+k C_{p}

Para o compartimento 2, fazemos de forma análoga ao que fizemos para o compartimento 1:

  • Taxa de entrada da droga (2) = k_{12}C_{p}
  • Taxa de saída da droga (2) = k_{21}C_{t}
Observe que a taxa de variação da concentração da droga em relação ao tempo para um compartimento é dada por \displaystyle\frac{dC}{dt}. A modelagem para o problema em questão gera, então, um sistema de duas equações diferenciais:
  • \displaystyle\frac{dC_{p}}{dt}=k_{21}C_{t}-(k_{12}C_{p}+k C_{p}) (1)
  • \displaystyle\frac{dC_{t}}{dt}=k_{12}C_{p}-k_{21}C_{t} (2)
Um caminho para a resolução deste sistema é o uso da transformada de Laplace. Comecemos pela equação (1):
  • \displaystyle\mathcal L\left\{\frac{dC_{p}}{dt}\right\}=\mathcal L \{k_{21}C_{t}\}-\mathcal L\{k_{12}C_{p}+k C_{p}\}
  • s\mathcal L \{C_{p}\}-C_{p_{0}}=k_{21}\mathcal L\{C_{t}\}-(k_{12}+k)\mathcal L\{C_{p}\}
  • \mathcal L \{C_{p}\}(s+k_{12}+k )-C_{p_{0}}=k_{21}\mathcal L \{C_{t}\}
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{t}\}=\frac{\mathcal L \{C_{p}\}(s+k_{12}+k )-C_{p_{0}}}{k_{21}} (3)

Apliquemos, então, a transformada de Laplace à equação (2):

  • \displaystyle\mathcal L\left\{\frac{dC_{t}}{dt}\right\}=\mathcal L\{k_{12}C_{p}\}-\mathcal L\{k_{21}C_{t}\}
  • s\mathcal L\{C_{t}\}-0=k_{12}\mathcal L\{C_{p}\}-k_{21}\mathcal L\{C_{t}\}
  • \mathcal L\{C_{t}\}(s+k_{21})=k_{12}\mathcal L\{C_{p}\} (4)

Substituindo (3) em (4):

  • \displaystyle\frac{\mathcal L \{C_{p}\}(s+k_{12}+k )-C_{p_{0}}}{k_{21}}(s+k_{21})=k_{12}\mathcal L\{C_{p}\}
  • (\mathcal L \{C_{p}\}(s+k_{12}+k )-C_{p_{0}})(s+k_{21})=k_{12}k_{21}\mathcal L\{C_{p}\}
  • \mathcal L \{C_{p}\}((s+k_{12}+k )(s+k_{21})-k_{12}k_{21})=C_{p_{0}}(s+k_{21})
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{((s+k_{12}+k )(s+k_{21})-k_{12}k_{21})}
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{s^{2}+(k+k_{12}+k_{21})s+kk_{21}} (5)
Para auxiliar a resolução, fazem-se as seguintes considerações:
  • a+b=k+k_{12}+k_{21}
  • ab=kk_{21}

Logo, voltando em (5):

  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{s^{2}+(a+b)s+ab}
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{(s+a)(s+b)}
É possível, desta forma, usar o método das frações parciais:
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{(s+a)(s+b)}=\frac{x}{(s+a)}+\frac{y}{(s+b)} (6)
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{(s+a)(s+b)}=\frac{x(s+b)+y(s+a)}{(s+a)(s+b)}
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{(s+a)(s+b)}=\frac{s(x+y)+xb+ya}{(s+a)(s+b)}
Portanto, temos que:
  • x+y=C_{p_{0}} (7)
  • xb+ya=C_{p_{0}}k_{21} (8)
Isolando y em (7):
  • y=C_{p_{0}}-x (9)
Substituindo (9) em (8):
  • xb+(C_{p_{0}}-x)a=C_{p_{0}}k_{21}
  • \displaystyle x=\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a} (10)
Substituindo (10) em (9):
  • \displaystyle y=C_{p_{0}}-\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a}
  • \displaystyle y=\frac{C_{p_{0}}(b-k_{21})}{b-a} (11)
Substituindo (10) e (11) em (6):
  • \displaystyle\mathcal L \{C_{p}\}=\frac{C_{p_{0}}(s+k_{21})}{(s+a)(s+b)}=\frac{\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a}}{(s+a)}+\frac{\frac{C_{p_{0}}(b-k_{21})}{b-a}}{(s+b)}
Finalmente, consegue-se aplicar a transformada inversa:
  • \displaystyle\mathcal L^{-1}\{\mathcal L \{C_{p}\}\}=\mathcal L^{-1}\left\{\frac{\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a}}{(s+a)}\right\}+\mathcal L^{-1}\left\{\frac{\frac{C_{p_{0}}(b-k_{21})}{b-a}}{(s+b)}\right\}
  • \displaystyle C_{p}=\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a}e^{-at}+\frac{C_{p_{0}}(b-k_{21})}{b-a}e^{-bt}
De uma forma mais simplificada:
  • \displaystyle A=\frac{C_{p_{0}}(k_{21}-a)}{b-a}
  • \displaystyle B=\frac{C_{p_{0}}(b-k_{21})}{b-a}
E finalmente:
  • C_{p}=Ae^{-at}+Be^{-bt}
Referência: Leon Shargel, Susanna Wu-Pong, Andrew B.C. Yu. Applied Biopharmaceutics & Pharmacokinetics. 5th edition, 2005.

quinta-feira, 25 dezembro, 2008

Administração Intravenosa em bolus – Modelo de um compartimento

Filed under: Equações diferenciais, Farmacocinética, Farmacologia — Campo de Arroz @ 18:02

Considerações para o uso deste modelo

Modelo de um compartimento:

  • Corpo age como um compartimento único;
  • Pode ser usado nas situações em que a droga no sangue se equilibra rapidamente com tecidos extravasculares;

Administração em bolus:

  • Droga é administrada de uma vez no compartimento (injeção intravenosa rápida);

Processo de Eliminação:

  • A eliminação da droga é um processo de primeira ordem

Equação Concentração x Tempo

Adm IV em bolus

Adm IV em bolus

O modelo compartimental para esta situação leva a seguinte equação diferencial de primeira ordem:

\frac{dC_{p}}{dt}=-kC_{p}

onde C_{p} é a concentração plasmática do fármaco e k é a constante de eliminação.

A equação pode ser resolvida por integração direta, por ser uma equação diferencial separável:

\frac{dC_{p}}{C_{p}}=-kdt

Quando o tempo varia de 0 a t, C_{p} varia de C_{p_{0}} a C_{p} , onde C_{p_{0}} é a concentração do fármaco no tempo t=0. Logo,

\int_{C_{p_{0}}}^{C_{p}} \frac{dC_{p}}{C_{p}}=\int_{0}^{t}- k dt

(ln|Cp|)]_{C_{p}=C_{p_{0}}}^{C_{p}=C_{p}}=(-kt)]_{t=0}^{t=t}

ln(C_{p})-ln(C_{p_{0}})=-kt

ln \left({\frac{C_{p}}{C_{p_{0}}}}\right) = -kt

\frac{C_{p}}{C_{p_{0}}}=e^{-kt}

C_{p}=C_{p_{0}}e^{-kt} (1)

Determinação de parâmetros farmacocinéticos

1) A partir de dados de concentração plasmática

1.1) Determinação de k

A idéia é transformar a equação (1) em uma equação linear. Para isto, calculamos o logaritmo natural de ambos os lados da equação:

ln(C_{p})=ln(C_{p_{0}}e^{-kt})

ln(C_{p})=ln(C_{p_{0}})-kt

Vendo ln(C_{p}) como a variável dependente e t como a variável independente, a equação acima é uma equação do tipo y=\alpha + \beta x , sendo \alpha = ln(C_{p_{0}}) e \beta = -k . A partir de dados experimentais, os valores \alpha e \beta podem ser determinados com o ajuste dos dados ln(concentração)-tempo a uma reta pelo método dos mínimos quadrados. O valor de k segue imediatamente, pois

k=-\beta

1.2) Determinação de V_{d}

Primeiro, deve-se determinar a concentração da droga no instante t=0:

C_{p_{0}}=e^{\alpha}

A concentração é a razão dose por volume de distribuição:

C_{p_{0}}={\frac{D_{B_{0}}}{V_{D}}}=e^{\alpha}

V_{D}={\frac{D_{B_{0}}}{e^{\alpha}}}

1.3) Determinação de Cl

Cl = k \cdot V_{d}

1.4) Determinação de t_{1/2}

Basta considerar dois intervalos de tempo distintos t_{1} e t_{2}, sendo que:

C_{p_{2}}=\frac{C_{p_{1}}}{2} ,

onde C_{p_{2}} é a concentração plasmática em t_{2} e C_{p_{1}} é a concentração plasmática em t_{1}.

Temos então que:

C_{p_{1}} = C_{p_{0}}e^{-kt_{1}},

C_{p_{2}}=C_{p_{0}}e^{-kt_{2}}

e, portanto,

C_{p_{0}}e^{-kt_{2}}=\frac{C_{p_{0}}e^{-kt_{1}}}{2}

e^{-kt_{1}+kt_{2}}=2

k(t_{2}-t_{1})=ln(2)

Mas como t_{2}-t_{1} = t_{1/2}

t_{1/2}=\frac{ln(2)}{k}

Referência: Leon Shargel, Susanna Wu-Pong, Andrew B.C. Yu. Applied Biopharmaceutics & Pharmacokinetics. 5th edition, 2005.

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